|Livro x Filme| Orgulho & Preconceito

  Quem aqui nunca ouviu falar de Jane Austen? Eu acho impossível. A diva dos clássicos veio para fazer a cabeça de pessoas de todas as épocas e idades, e por isso hoje vou falar sobre o meu primeiro contato com a autora e seu maior sucesso: Orgulho e Preconceito.

O Livro

 Escrito em 1812, o clássico mais famoso de Jane Austen retrata (e critica) a sociedade britânica do final do século XVIII , destacando o glamour da época, os trajes de gala, os grandes bailes e principalmente o casamento arranjado, algo muito comum nesse tempo. E com a família Bennett não é diferente. O sonho da senhora Bennett é ver suas filhas casadas com ótimos partidos.
  Elizabeth, por sua vez, não acredita nisso. Ela ainda espera conhecer alguém que realmente ame antes de finalmente se casar, sem levar em consideração posição social ou a opinião da família.
  Adorei o jeito de Elizabeth, ela está bem a frente da sua época. Seu gênio forte a leva a ser extrovertida e procurar levar tudo com muito bom humor, sabedoria e principalmente ironia (já disse que adoro personagens irônicos?).
 Então logo ela é apresentada para Mr. Darcy, um jovem orgulhoso e rude, que parece não achar que exista moça boa o bastante para ele.  Mas será que ele é só isso? Ao decorrer da história, Lizzy descobre as verdades sobre Darcy, sobre seu passado e sua personalidade, e agora só lhe resta esperar que não seja tarde demais para se redimir com ele.
 A relação de Elizabeth com sua família também é muito legal. Apesar de a sociedade exigir uma criação muito mais rígida, vemos muito amor entre ela e suas irmãs, apesar de serem tão diferentes, o que só gera mais acontecimentos e mais pontos de vista na história.
 Sobre Mr. Darcy, descobrimos muito pouco sobre ele, por ser um personagem tão misterioso. Sabemos que ele é arrogante e orgulhoso, e só, até ir se transformando aos olhos de Elizabeth em alguém que ela nunca imaginaria amar. Um romance tão fora dos padrões com certeza é a marca da obra, o que a mantém famosa mesmo depois de tanto tempo.
 Eu tenho um certo preconceito com clássicos, admito isso. É um preconceito bobo, alguns eu amo, outros eu odeio, mas na maioria das vezes começo com um pé atrás. Sobre esse, eu gostei da história, achei fascinante o tema abordado por Jane e a forma como o desenvolveu. Mas ao contrário de muita gente, não achei sua escrita leve e fluida (até por ter escrito tantos anos atrás). Na verdade achei um pouco cansativa, e isso me fez demorar mais para ler o livro.
 Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e a amo ardentemente.
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O Filme

  Essa versão do clássico foi lançada em 2005.
 Em geral, gostei bastante da adaptação, achei muito fiel ao livro, e ao mesmo tempo os roteiristas souberam muito bem que partes cortar ou não  para não deixar o filme cansativo, e essas mudanças foram essenciais.
 Sobre os atores escolhidos, também achei que todos tinham muito a ver com os personagens originais. Rosamund Pike soube passar perfeitamente a doçura, a inocência de Jane, assim como Keira Knightley soube passar o jeito extrovertido e marcante de Elizabeth.
 Mas nem tudo foi perfeito.
 Não achei que eles souberam expressar os sentimentos dos personagens em algumas horas. Não sei também se isso é culpa dos roteiristas, ou dos atores. O Mr. Darcy do filme, por exemplo (interpretado por Matthew Macfadyen), me pareceu muito mais frio do que o do livro. Ele é descrito como um homem de poucas palavras, e sua bondade vai se mostrando ao longo da história, algo que não ficou muito claro na adaptação. Ele só se mostra realmente no final, e não gostei disso. Por outro lado, achei que na seriedade e no aspecto físico, o ator representou muito bem o personagem.
 Falando em final, está aí outra coisa que não gostei muito. Eles cortaram o final do livro, acabando no penúltimo capítulo e tirando um pouco de Elizabeth e Darcy da gente.
 Em geral, não posso dizer qual escolher. Gostei do livro por ser tão rico em detalhes e muito mais intenso, mas a adaptação foi muito bem feita e acaba sendo menos cansativa, com mais humor, e causando quase o mesmo efeito.

O Trailer