|Resenha| Esconda-se

Título Original: Hide
Autora: Lisa Gardner
Nº de Páginas: 400
Editora: Novo Conceito
Uma mulher que foi obrigada a fugir — desde criança— de uma possível ameaça. Uma ameaça que seu pai via em todo lugar, mas que a polícia nunca considerou. Um antigo e desativado sanatório para doentes mentais que pode ter muito mais a esconder entre suas paredes do que homens e mulheres entorpecidos por remédios. Uma história de rancor entre membros de uma mesma família que nunca conseguiram superar os episódios de violência doméstica que presenciaram.  Um pingente que foi parar em mãos erradas — e a cena de um crime brutal: seis meninas mortas e mumificadas há mais de trinta anos. Agora, cabe à famosa detetive D.D. Warren descobrir quem foi o serial killer que cometeu esta atrocidade e que motivação infame deformou sua mente.
Encontre o Livro: Skoob | Saraiva 

Quando descobri que a Novo Conceito ia publicar mais um livro dessa série, só me faltou sair pulando de alegria. Li Sangue na Neve meses atrás e me apaixonei pela escrita da autora e pelo gênero policial. 
 Em Esconda-se, reencontramos D.D. Warren, agora resolvendo um novo caso. Uma câmara subterrânea foi encontrada no terreno de um antigo hospital psiquiátrico, e nela haviam seis corpos mumificados de crianças. Qual a ligação entre elas? Quem fez isso e qual foi sua motivação? Não será nada fácil resolver um crime cometido há tantos anos.
 Em paralelo, acompanhamos a história de Annabelle Granger, que desde pequena passa a vida fugindo de uma ameaça que até hoje não sabe o que é. Ela pode até ter conseguido se livrar do perigo até hoje, mas a descoberta da câmara pode mudar tudo e colocá-la em risco novamente. Mas afinal, qual a ligação de Annabelle com as garotas encontradas mortas?

 Realmente eu esperava muito desse livro, e não me senti decepcionada. Foi mais uma leitura de tirar o fôlego. Lisa Gardner continua com a narrativa tão viciante que nos faz devorar seus livros sem nem perceber. Ela sempre nos leva a um caminho, nos fazendo imaginar um suspeito, pra mudar tudo de última hora e nos deixar de queixo caído quando o mistério é finalmente revelado.
 A questão psicológica também é um dos seus pontos fortes, a autora consegue descrever perfeitamente os sentimentos dos personagens e mostrar o que se passa em suas cabeças e o que os leva a tomar tal atitude.
 Devorei as últimas cem páginas, são as mais agitadas e decisivas, que me fizeram não querer largar o livro enquanto não descobrisse a verdade.

 Os capítulos são alternados entre os pontos de vista do detetive Bobby Dodge (terceira pessoa) e de Anabelle Grange (primeira pessoa), mas ao contrário de Sangue na Neve, dessa vez não temos a narrativa de D.D., o que achei estranho (afinal ela é a protagonista da série) até entender o porque no final.

 A editora Novo Conceito não está publicando os livros da série na ordem, o que não seria um problema, considerando que cada um aborda um caso diferente com começo meio e fim (o que me lembra muito CSI ♥), mas ao mesmo tempo, deixa umas pontas soltas na vida dos detetives, que são personagens principais da série. Em um livro um detetive está casado e com filhos, e no outro ele acabou de conhecer a namorada. Claro que não é AQUELE spoiler que te faz desistir de tudo, mas mesmo assim me incomodou.

 Por esse ser o segundo da série, a autora ainda era mais novata, digamos assim, e em Sangue na Neve (quinto livro) ela está bem mais madura como escritora, o que me fez gostar mais dele do que Esconda-se, mas claro que os dois são incríveis. Mais uma vez, recomendo a autora para quem quer começar a ler thrillers policiais.
O problema é que não há trilha sonora para a vida real. Nos filmes, sabemos quando alguma coisa ruim vai acontecer porque é o que nos diz o próprio som. Não há uma pessoa cujo coração não dispare ao ouvir a música-tema de Tubarão e, francamente, isso é algo reconfortante. (...) A vida muda em um instante, sem trilha sonora para nos guiar.
O que deixa alguém, como eu, dando saltos a cada barulho que ouço, porque não consigo saber a diferença.
 Pág. 303
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